O Comitê de Representantes tem a honra de receber hoje, em sessão extraordinária, o Secretário-Geral da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento - UNCTAD, Embaixador Rubens Ricupero.

No exercício da Presidência do Comitê, é para mim uma satisfação muito especial dar as boas-vindas a um dileto amigo e colega, com quem tive o prazer de compartilhar esforços em momentos significativos da vida internacional do Brasil, como foi a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92.

Agradeço que haja aceito o convite para falar perante este foro num momento particularmente movimentado de sua agenda, em que se avizinha a XI Reunião da UNCTAD, a realizar-se de 13 a 18 de junho próximo, em São Paulo. Sua presença entre nós demonstra seu apreço por esta Casa, que já visitou em duas oportunidades anteriores, em 1996 e em novembro de 2000.

Diplomata, historiador, professor, o Embaixador Ricupero está à frente da UNCTAD desde 1995. Antes de assumir suas atuais funções, já havia percorrido longa trajetória de altos serviços prestados ao Brasil e à comunidade internacional, tendo sido - para citar apenas alguns marcos dessa trajetória - Ministro do Meio Ambiente e da Fazenda e Embaixador em Washington, Roma e Genebra.

É com grande expectativa que aguardamos as palavras do Embaixador Ricupero. Defensor de longa data da causa do desenvolvimento e da integração, tem desenvolvido, como Secretário-Geral da UNCTAD, reconhecido trabalho em favor de uma maior e melhor participação dos países em desenvolvimento na economia mundial. O Embaixador Ricupero é, ademais, um analista agudo dos temas internacionais, preocupado não apenas em traçar diagnósticos, mas igualmente em propor terapêuticas, advertir contra falácias, mobilizar vontades e estimular a ação. A esses atributos se devem acrescentar a clareza do discurso e a capacidade expressiva, o que nos permite antecipar uma sessão altamente útil e interessante.

Antes de concluir, desejo agregar umas breves palavras sobre a agenda atual da ALADI. No momento, Embaixador Ricupero, estamos dedicados prioritariamente à tarefa de discutir cursos de ação que contribuam para desenvolver e consolidar um Espaço de Livre Comércio na região, obra que registrou importante avanço a partir da assinatura, no ano passado, dos acordos de livre comércio entre o Mercosul e os países da Comunidade Andina. Proposta a esse respeito será submetida pelo Comitê de Representantes à próxima reunião do Conselho de Ministros da Associação, a realizar-se em 18 de outubro do corrente.

Nos trabalhos preparatórios, ressalta a coincidência de opiniões quanto à importância da incorporação de novos temas à agenda aladiana, tais como o comércio de serviços, os investimentos e as compras governamentais. De maneira a complementar e potencializar o Espaço de Livre Comércio regional, existe igualmente interesse em aprofundar a cooperação em outras áreas, entre as quais o financiamento do comércio, a integração física e digital. Nesse contexto, avaliam-se também os eventuais ajustes de funcionamento da Associação, inclusive institucionais, que se poderão fazer necessários para a implementação das novas prioridades propostas.

A ALADI encontra-se, assim, em meio a um esforço de atualização. O que se almeja é que a Associação seja um instrumento cada vez mais útil e funcional aos propósitos de integração fixados no Tratado de Montevidéu de 1980.

Antes de passar a palavra ao Embaixador Juan Francisco Rojas, quero, em nome deste Comitê, congratular-me com o Embaixador Ricupero pelo transcurso dos quarenta anos da UNCTAD, organismo tão caro ao mundo em desenvolvimento, que desejamos ver sempre fortalecido.