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   Chanceler da Bolívia visita a sede da ALADI

 

Dia 7 de julho, o chanceler boliviano foi recebido em sessão extraordinária do Comitê de Representantes, presidido pela embaixadora Maria da Graça Nunes, que, junto com o secretário-geral, Carlos Alvarez, destacou sua presença na sede da Associação.

O amplo conhecimento da história dos povos indígenas, em especial da nação aimará, somada à transmissão oral legada pelos seus avós, permitiu ao ministro propor ao mundo novos-antigos conceitos baseados em princípios ancestrais que repercutem nas condições atuais de vida. A sua proposta foi materializada em livros e artigos traduzidos para várias línguas. O ministro questiona profundamente as bases do paradigma ocidental, a modernidade e o antropocentrismo, características que levaram a uma crise vital que afetou a expressão natural da vida, refletiu.

Na sua intervenção, o chanceler Huanacuni manifestou que, atualmente, estamos submersos numa turbulência de conceitos, numa construção de novos paradigmas: esse é o novo cenário; o Estado é um bem administrador. Também salientou a tarefa do governo boliviano: “em nosso país, estamos vivendo um momento importante em matéria de pobreza, que caiu de 37% para 17%; em 2025, atingiremos 0% de pobreza”.

“A visão do capital, como valor fundamental do pensamento ocidental, criou enormes divisões entre ricos e pobres. Estes referentes de vida propiciaram um cenário de desencontros e vêm aprofundando, cada vez mais, os abismos entre os seres humanos e tudo o que os rodeia, conduzindo à humanidade a um alto grau de insensibilização”, destacou.“No Estado Plurinacional da Bolívia, o diálogo é privilegiado. O nosso desafio é a paz e a solução pacífica das controvérsias e, em qualquer situação ou disputa, a Bolívia reafirma a sua profunda vocação pacifista e o seu compromisso irrestrito com o direito internacional. O continente americano é um continente de paz mediante o nosso diálogo”, frisou o ministro.

“A cultura da vida já não corresponde ao paradigma individualista, mas ao paradigma coletivista, que chama a reconstruir a visão de comunidade das culturas ancestrais. Os processos de integração são relevantes para um melhor relacionamento entre nós”, afirmou.

Ao encerrar a sessão, o chanceler Huanacuni assinou o livro de visitas ilustres e escreveu as seguintes palavras: “que todos caminhemos juntos, que ninguém fique atrás. Que todos tenhamos todo o necessário e que não falte nada a ninguém”.