Reunião de Responsáveis Governamentais "Novas transformações, novas definições: as relações entre a América Latina e a Ásia Pacífico"

A reunião governamental, que teve lugar em 14 e 15 de abril de 2016 na sede da ALADI, foi aberta com o seminário "Novas transformações, novas definições: as relações entre a América Latina e a Ásia Pacífico", que contou com as palavras de abertura do secretário-geral da ALADI, Carlos Chacho Alvarez, do diretor-adjunto da Divisão de Comércio Internacional e Integração da CEPAL, Keiji Inoue, e do executivo principal da Direção de Setores Produtivos e Financeiros da CAF, Alfredo Castejón. O primeiro bloco do evento foi dedicado às apresentações a cargo do coordenador do Observatório, Ignacio Bartesaghi, de Félix Peña, da Fundação ICBC, e de Keiji Inoue. Os especialistas focaram-se nos desafios para a ALADI a partir das novas tendências internacionais, destacando, entre outros, os mega-acordos e negociações, em particular, o TPP.

Bartesaghi mencionou as principais tendências do comércio internacional e o papel que os países subdesenvolvidos podem jogar nelas, salientando que há oportunidades concretas nas áreas de comércio de alimentos e de serviços. Reconheceu que existem desafios para a América Latina, especialmente a partir da assinatura do TPP e de outras meganegociações em curso, o que exige aplicar normas que muitos países da região ainda não têm incorporado aos seus acordos.

Por sua vez, Félix Peña destacou o papel da ALADI e dos instrumentos do Tratado de Montevidéu para dar impulso à convergência entre os processos de integração da região. O especialista reconheceu a importância de atender às letras miúdas dos tratados, especialmente do TPP, porquanto ali se encontram as normas de verdadeiro impacto. Peña fez referência ao RCEP, liderado pela China, mas também à importância do acordo entre o MERCOSUL e a União Europeia, e à possibilidade de que o primeiro bloco avance em uma negociação com a China. Em sua apresentação, ele expôs três ideias fulcrais: convergir na diversidade, instando a uma maior flexibilidade nos acordos comerciais, contar com uma estratégia nacional e procurar pontos de equilíbrio. Também considerou que esse é o caminho para enfrentar os novos desafios.

Por último, Keiji Inoue, da CEPAL, salientou a importância da Ásia-Pacífico no comércio mundial, destacando a proporção que essa região ainda irá manter no crescimento econômico mundial, mas pondo especial foco na classe média da Ásia-Pacífico como um grande mercado para a América Latina. O especialista da CEPAL descreveu as características da relação comercial entre a América Latina e a Ásia Pacífico em termos de concentração de produtos e mercados como sendo uma relação complementária. Porém, destacou os desafios que a região enfrenta ao momento de ampliar as oportunidades comerciais e, nesse sentido, salientou o importante número de acordos transpacíficos existentes e a potencialidade do TPP no fortalecimento das relações entre a América Latina e a Ásia-Pacífico.

Com base nas palestras dos especialistas e em uma agenda de trabalho definida, altas autoridades e funcionários governamentais, em três sessões reservadas, debateram as opiniões das diversas chancelarias sobre as tendências comentadas no seminário inaugural e sobre a importância que cada país dá aos novos temas do comércio e às barreiras tarifárias. Finalmente, foi discutido o papel do Observatório como instrumento fornecedor de informações qualificadas que contribuam à tomada de decisões do setor público.

.

.

Volver