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   Lançamento do segundo debate do Fórum Acadêmico: “China e América Latina, um novo cenário de relacionamento?"

Observatório América Latina-Ásia Pacífico lança segundo debate do Fórum Acadêmico denominado “China e América latina, um novo cenário de relacionamento?"

Na década de 90, as relações entre China e América Latina cresceram significativamente, principalmente pelo veículo comercial, embora os investimentos e o financiamento de bancos chineses na região estejam, ultimamente, adquirindo grande importância.

No que diz respeito ao comércio de bens, as relações entre os dois atores apresentam diversas características, tais como a escassa diversificação de produtos e mercados, as assimetrias em termos da participação no comércio bilateral, a importância estratégica de alguns bens comercializados como o petróleo, os minérios, o cobre ou as matérias-primas alimentares, o acesso a manufaturas competitivas, que constituem importantes insumos para o desenvolvimento da indústria da América Latina, entre outras.

Em definitiva, salvo marcadas exceções como México ou, em menor medida, Costa Rica, a relação entre América Latina e China é complementar: China exporta manufaturas de alto processo e conteúdo tecnológico enquanto a América Latina exporta bens primários ou manufaturas baseadas em recursos naturais.

A relação entre China e América Latina tem conduzido a um profundo debate sobre os benefícios e as ameaças da relação entre ambos os atores. Por um lado, os países da América Latina registraram um desempenho histórico do seu PIB na última década, certamente impulsionado pela voraz demanda chinesa de alguns bens primários. Por outro, o padrão comercial entre os países latino-americanos e China teria gerado uma reprimarização das exportações, que, somada à concorrência chinesa nos mercados nacionais e regionais, incentivaram o fenômeno de desindustrialização de algumas economias.

Apesar de não haver pleno consenso acadêmico sobre esse diagnóstico, especialmente devido às importantes diferenças segundo o país da região de que se trate, grande parte da bibliografia econômica especializada define a relação comercial da América Latina com a China nesses termos.

A partir das transformações internas que estão sendo levadas adiante na China, grande parte delas refletidas nos resultados da Terceira Reunião Plenária do PCCh, os especialistas adiantam uma mudança de cenário nas relações da China com o exterior, especialmente pelas mudanças regulatórias que afetarão o mercado interno desse país, mas, também, pelas novas características que o seu comércio de bens e serviços virá adquirir.

Perante esta nova realidade, a América Latina enfrenta o desafio de avançar aceleradamente rumo a uma agenda que incorpore temas atualmente ausentes na relação bilateral.

O novo debate lançado pelo Observatório América Latina – Ásia Pacífico visa dimensionar este fenômeno a partir da visão dos acadêmicos e dos especialistas de ambas as regiões. Para tanto, propomos algumas perguntas orientadoras para direcionar o debate:

- É possível e/ou necessária a mudança do padrão comercial que explica atualmente as relações entre América Latina e China?

- Quais os países da região melhor preparados para a adaptação às transformações chinesas?

- Existe a possibilidade de aumentar a complementaridade comercial com China em outros setores para além do comércio de bens?

- É necessário que a América Latina defina posicionamentos comuns em sua relação com China?, ou, é esperável que, devido às diferentes estruturas produtivas, possam surgir diferenças quanto à forma de relacionamento com esse país?

- É possível que surjam tensões na região ou entre os processos de integração da região por causa das diferenças de políticas adotadas para as relações com China?

- Qual o papel que a China outorga à América Latina neste novo cenário?

O debate estará aberto de segunda-feira 24 de março até sexta-feira 23 de maio. Após encerramento do debate, será elaborado um documento sintetizando as principais conclusões, que serão publicadas no site do Fórum Acadêmico e enviadas a todos os membros.

Esperamos suas contribuições. Participe!

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